terça-feira, março 26, 2013

Gêmeos





Deitado na cama do quarto insípido do hospital, Fernando ainda não tivera tempo de processar os últimos eventos. Acabara de tirar as suas roupas de sempre sob o olhar apreensivo de sua esposa. Uma espécie de fino roupão azul agora cobria o seu frágil corpo. Uma pulseira de identificação em seu braço esquerdo completava o figurino.

Ao ver a sua imagem refletida no espelho, parecia não reconhecer o seu reflexo que ali o acusava. No armário espartano depositara o seu saco preto e disforme, estampado com aquele sorriso cínico e arqueado. Pendurou a sua jaqueta ainda úmida pela fina chuva que a todos castigava nesta manhã de terça-feira.

Chegara ali caminhando ao lado de Juliana em silêncio, cumprindo o curto trajeto entre a clínica oftalmológica e o hospital. Observara as árvores do parque, formatos e cores, como se fosse a primeira e última vez. Uma mancha aquosa e ameaçadora teimava em atrapalhar as linhas e superfícies conhecidas, quando intencionalmente tampava o seu olho esquerdo, como que a checar a realidade distorcida em que se encontrava. Juliana adivinhava e compartilhava os seus pensamentos. Com passos arrastados andavam como se dividissem uma velha arca, repleta de objetos desconhecidos, que custavam a ser transportados.

Uma enfermeira simpática interrompe de forma abrupta as imagens de sua mente e com precisão obtém a pressão e a temperatura corporal por meio de instrumentos conhecidos. Tranquiliza a todos apresentando os dados coletados. Sinaliza que a equipe médica já se encontra presente e que a qualquer momento o levarão para um passeio cirúrgico.

                                           ***

Na clínica médica, pontualmente às vinte horas, Fernando fora recebido pela primeira vez pelo Dr. Augusto. Embora jovem, mas contando com a sua experiência em atender pacientes entediantes, efetuou as perguntas de praxe e deixou que o senhor à sua frente contasse a sua história. Havia marcado um jantar com a sua namorada, mas havia ainda tempo para mais um relato comum.

Quase duas semanas atrás estivera em outro consultório oftalmológico em função de uma mancha ocular que aparecera repentinamente cerca de uma semana antes. Causava certa distorção visual, além do desconforto e apreensão. Entretanto, era pequena e parecia se mover ao exercitar o olho direito. Explicitou ao médico não se tratar das famosas "moscas volantes". Dilatou a pupila, examinou detidamente o grau de miopia de ambos os olhos, checou a pressão ocular e efetuou exame de fundo de olho. Conclusão: nada alarmante ou algo que em especial fosse notado. Prescreveu receitas para novos óculos e um colírio lubrificante. A mancha desapareceria em breve e não havia com o que se preocupar; terminou a consulta com um sorriso.

Uma semana se passara sem qualquer melhora aparente e ainda angustiado Fernando resolvera agendar nova consulta, desta feita com um profissional diferente que lhe confirmasse ou rebatesse o diagnóstico. Em função de outras experiências, algumas traumáticas, resolvera não consultar o Dr. Google, dada a sua tendência hipocondríaca e alarmante. Temia multiplicar os seus temores percorrendo caminhos com sinalizações dúbias e muitas vezes errôneas, já que tendia a aumentar e somatizar os sintomas. Preferiu acalentar uma visão mais otimista sobre o assunto. A consulta fora marcada para a semana seguinte. E lá estava ele, sentado, contando a sua versão dos fatos recentes.

A princípio, Augusto se concedeu o benefício da dúvida, mas lá no fundo a sua intuição lhe dizia se tratar de uma retinopatia hipertensiva, comum com o decorrer da idade e frente às respostas do paciente quanto ao tipo de atividade desempenhada, tensão e estresse, além de ser metódico e detalhista. Diabético ? Esperava constatar durante o exame de fundo de olho alterações vasculares na retina decorrentes da vasoconstrição e modificações estruturais na camada muscular e íntima dos vasos mais finos.


                                           ***
 
Bateram à porta e logo um enfermeiro franzino adentrou ao quarto com uma cadeira de rodas. Saudações amistosas de um palmeirense com orgulho ferido. Despedidas positivas e otimistas e lá estava Fernando percorrendo os corredores do hospital como se estivesse em uma parque temático de diversões. Parada temporária: sala pré-operatória, onde se abrigou em outra cama à espera do procedimento cirúrgico. Dra. Lucia, um rosto bonito e sorridente, se apresentou como a anestesista da equipe. Fez as perguntas usuais e minutos depois, em novo passeio, desta vez mais curto e usando a cama como meio de transporte, Fernando chegou ao seu destino final.


                                           ***

Dilatada a pupila e após inúmeros e repetidos exames, Augusto já tinha claro o diagnóstico mais grave. Tornou a examinar internamente a superfície do globo ocular e não havia qualquer dúvida, apenas sombras. O rasgo era grande na parte superior da câmara e o descolamento em sua parte inferior já estava a alcançar o meio da retina. Portanto, a mancha aquosa acusada pelo seu paciente conferia com aquilo que examinava. Tanto pior para o Sr. Fernando.

Durante os diversos exames feitos em sequência Fernando comparava a atitude do médico à sua frente com o profissional que visitara há duas semanas atrás. A bem da verdade ele herdara aquele oftalmologista já que o seu antecessor, que o atendera por inúmeros anos, havia falecido. Estava impressionado com os equipamentos e o profissionalismo. Apesar da aparente pouca idade do médico, este lhe passava uma certa segurança e simpatia. Torcia pelo melhor. Quase rezava pela confirmação do útimo diagnóstico, embora o seu pensamento analítico o contrariasse.


                                           ***

Foi sedado na sala cirúrgica e anestesiado localmente, próximo ao olho afetado, por uma seringa assustadora. Não sentiu nada, apenas apreensão. A sala estava fria; em torno dos dezoito graus para que não houvesse condensação nas lentes do microscópio. Consciente de tudo ao seu redor, Fernando, embora sem enxergar, adivinhava a sequencia de eventos e aguçava os seus ouvidos a fim de perceber a atmosfera da cirurgia ou qualquer indício negativo. Parecia uma reunião de amigos descontraídos. Assuntos variados intercalados por orientações, mas sem comentários sobre o procedimento em andamento. Sua respiração era regular, mas os seus pensamentos eram caóticos e sem sentido.

Uma hora e meia depois o cirurgião responsável, Dr. Cristiano, proclamou o final do espetáculo. Anunciou quase com orgulho que o procedimento obtivera sucesso. Fernando pensou logo em taças de champanhe e serpentinas coloridas. Agora precisava aguardar até o retorno ao seu quarto.

                                           ***

Descolamento da retina... - repetiu franzindo a testa.
Fernando já o adivinhara.
Augusto sentiu um certo desconforto ao explicar o caso ao paciente angustiado, mas de olhar firme que o encarava de frente. Já havia feito este discurso didático inúmeras vezes, mas a recepção pela plateia variava de caso a caso.

- Com a idade (sempre ela !) o humor vítreo, que preenche o globo ocular dando-lhe forma, vai naturalmente se condensando. E por arrasto e tração pode eventualmente causar pequenas fissuras e rasgos na retina, espécie de papel de parede intraocular que age como uma tela de projeção. Pessoas míopes acentuam a probabilidade e a incidência de casos de descolamento.

Fernando, que além de míope, possuía uma assimetria acentuada entre os dois olhos com diferença superior a três graus, assistia a tudo como se fosse um documentário. Lembrou-se involuntariamente de suas aulas de mecânica dos fluidos...
- O processo de descolamento é rápido e a situação é grave.

Necessitava de cirurgia urgente, único procedimento aplicável.
- Será amanhã. - decretou o médico.

Ainda sob o duro impacto, Fernando perguntou sobre a rapidez do processo de degradação, bem como do diagnóstico errôneo do médico consultado há duas semanas atrás. Politicamente ético, o Dr. Augusto eximiu o seu colega dizendo que o processo é progressivo e rápido e enfatizou a atitude acertada do paciente de procurar uma segunda opinião. Acrescentou que não seria o responsável pela cirurgia, e sim o Dr. Cristiano, especialista em retina, e que deveria retornar à clínica logo pela manhã cedo para avaliação e definição do horário da cirurgia. Deveria voltar para casa e jantar, e logo em seguida permanecer em jejum até o dia seguinte.

Augusto imaginou o emaranhado de pensamentos e emoções que atacavam Fernando naquele exato momento. Dirigiu algumas instruções às atendentes quanto ao agendamento de consulta para o dia seguinte em caráter extraordinário e ligou para o cirurgião.

- Exato. DR Mácula 1. - foi o código secreto transmitido.

Fernando caminhou até a sua casa acompanhado de pensamentos sombrios.


                                           ***

Após o período de observação do pós-operatório e agora tendo um tampão e um enorme curativo no olho direito, Fernando descansava e trocava palavras com a sua irmã e esposa, que haviam permanecido em vigília. O jantar leve e insosso ao final da tarde. Burocracias hospitalares e estava liberado para retorno ao lar com ordens expressas de permanecer em repouso absoluto. Passar a noite revezando entre a poltrona da sala por um período de quatro horas e outro de uma hora deitado de lado em sua cama. Um castigo exemplar. Consulta no dia seguinte para a retirada do curativo e novas instruções militares de cuidados intensivos nos primeiros quinze dias. Fernando prontamente bateu continência ansioso por voltar para a casa. Aparentemente tudo saíra como planejado. "Planejado por quem ?".


                                           ***

Dr. Cristiano se apresentou como um médico jovem, entre trinta e trinta e cinco anos, dinâmico, de olhar franco e conversa  amistosa. Um profissional bem sucedido e articulado da nova geração. Fernando e Juliana se sentaram e repetiram o relato dos últimos acontecimentos. Nova avaliação foi feita, mais meticulosa e demorada. Perguntas e comentários de parte a parte. Uma ansiedade no ar.

Confirmado o veredito de forma direta e clara, passou a explicar o ocorrido fazendo uso de um modelo de plástico desmontável. Descuidado, deixou cair o cristalino na mesa. Um arrepio indelicado percorreu toda a extensão da espinha de Fernando. Como um professor universitário explicou os métodos a serem aplicados durante a cirurgia:

- A vitrectomia posterior é o procedimento aplicável ao caso do senhor. O humor aquoso é retirado do olho lesionado através de três ou quatro microincisões na parede anterior do olho. A gelatina é drenada por trás do rasgo existente e a lesão é cauterizada com o uso de um endolaser. Em seguida a câmara intraocular é preenchida com gás ou óleo de silicone, dependendo da gravidade encontrada. Dá-se preferência pela aplicação do gás, pois este é absorvido gradativamente pelo organismo. O óleo de silicone por não possuir esta propriedade resulta na necessidade de nova cirurgia para a sua retirada.

- Durante a intervenção pode-se associar à vitrectomia a introflexão escleral, que tem a finalidade de se suturar ao redor do olho um segmento composto de silicone a fim de que ele fique posterior a todas as roturas que geraram o descolamento de retina. - a necessidade da aplicação desta "cinta" seria avaliada durante a cirurgia.

Embora a mancha visualizada por Fernando fosse na região inferior próxima ao nariz, por ser o globo ocular uma câmara ótica, e por conseguinte, invertida, o descolamento se localizava no pólo oposto e pela ação da gravidade sobre o fluido gelatinoso infiltrado no rasgo, descia rapidamente em direção à base do globo. Daí a necessidade da urgência no procedimento cirúrgico, explicava em tom alto e didático o médico.

Cristiano fez uma pausa enquanto pensava se estava sendo claro o suficiente e se não estava deixando escapar alguma informação importante. Após limpar a garganta prosseguiu:

- É um procedimento delicado, mas que faz parte do nosso dia a dia. A duração da cirurgia varia de caso a caso. De uma a uma hora e meia. Tão importante quanto a cirurgia neste caso é o pós-operatório. Pois em muitos casos, embora a cirurgia tenha sido bem sucedida, o resultado é comprometido no período após o procedimento. Como o rasgo da retina se encontra na parte superior do olho, por um período de duas semanas o senhor deverá permanecer com a cabeça na posição vertical, de tal forma que o gás inserido exerça pressão sobre a região da retina "recolada". Isso inclui dormir sentado, evitar movimentos bruscos, resguardo para evitar inflamações e infeccções. O gás demora de quatro a seis semanas até ser totalmente absorvido pelo organismo. Neste período o senhor não enxergará nada, mas não se assuste. Isso é em consequência do gás que difrata a luz. Farei o acompanhamento da evolução do quadro neste período e a avaliação de visão será efetuada após este período crítico de recuperação.


                                           ***

Depois das reviravoltas do dia, Fernando estava sentado em sua velha poltrona. Com as pernas esticadas apoiadas em um puff de mesma estampa, sentia o desconforto natural do procedimento invasivo e tentava colocar os seus pensamentos em ordem. Estava agradecido pelo rumo que as coisas haviam tomado após a consulta com o Dr. Augusto. Não estava certo quanto aos sentimentos que nutria pelo oftalmologista que o induzira ao erro. Teria sido negligente ?  Lembrava-se da pequena mancha e acreditou naquela altura no diagnóstico recebido. Durante a semana seguinte não percebeu qualquer evolução ou mudança aparente na mancha. Talvez tenha sido enganado pelo olho esquerdo que supria o direito minimizando o desconforto. Sentia-se um trapalhão incompetente ao lidar com os alarmes do próprio corpo. Não cansava de revisar os dias passados, as ações tomadas, os pensamentos e sintomas daquele período. Agora era tarde. Consolava-se com o fato de estar diagnosticado e fazendo aquilo que supostamente deveria fazer. Sabia que isso não era suficiente para mantê-lo em paz com a sua consciência. Após o dia exaustivo procurou dormir, sentado.


                                           ***

- Sequelas ? - perguntou Fernando ainda assimilando a longa exposição.

- Haverá uma perda. Difícil precisar o índice de visão após a cirurgia. A recuperação é bastante lenta e gradativa. Somente após a total absorção do gás poderemos avaliar o nível de visão do olho afetado. Mas lembre-se que a princípio, seja qual for a porcentagem recobrada se comparada à perda do olho.... - consolou a figura de branco à sua frente.

- Voltarei a dirigir em quanto tempo ? - perguntou Fernando sem emoção.

- No mínimo daqui a dois meses. E o processo total de recuperação em seis meses. É bastante tempo... - o tempo é a cura para todos os males Fernando viu acender em sua mente tubos de neon.

- O senhor possui ainda uma leve catarata, que em casos de liquidificação do fluido vítreo e descolamento de retina é acelerada. Provavelmente ainda neste ano deverá passar por uma cirurgia de catarata. - o oftalmologista tirava de sua pequena caixa de surpresas imagens distorcidas em preto e branco, embora Fernando mantivesse a sua aparente calma.

- A cirurgia seria nesta noite ? - tentava confirmar os dados repassados na noite anterior.

- Preferia que fosse, mas o centro cirúrgico já está reservado. Como amanhã estarei fora de São Paulo e dada a urgência da situação proponho que seja feita hoje à uma da tarde. E então, o que decide ? O quadro é claro e pronunciado e qualquer oftalmologista indicará o mesmo procedimento....


                                           ***

Ao acordar de uma noite fantasmagórica e fragmentada tomou um rápido banho procurando não  molhar a bandagem. Um café da manhã leve e às nove britanicamente se apresentava a clínica acompanhado de Juliana. Sua irmã havia providenciado sua carona e logo estaria ocupando outra cadeira ao seu lado. Todos na recepção o trataram com atenção e interesse e pareciam se importar com as suas experiências mais recentes. Embora não fosse ingênuo, se sentiu bem diante do sorriso das pessoas. Logo foi chamado pelo Dr. Cristiano, que obviamente tivera uma esplêndida noite, tamanha a disposição em que se encontrava. Convidou-nos a sentar enquanto perguntava como havia passado a noite.

Após breve relato ressaltou a importância de seguir as orientações para o correto posicionamento do gás e o período de resguardo a fim de evitar desnecessárias complicações. Pediu a Fernando que sentasse em seu trono médico e retirou cuidadosamente a bandagem e o tampão, seguido de novo exame no olho lesionado.

- A cirurgia correu muito bem e a quantidade de gás injetada está ocupando acima de noventa porcento do olho. Como havia algumas irregularidades da retina no lado de baixo do globo ocular é necessário o revezamento de posição. A vermelhidão do olho é normal em função das incisões feitas e do rompimento de pequenos vasos sanguíneos.... Como havia dito não se assuste por não enxergar nada, é normal.....

A sensação era uma mistura de alívio pela retirada de curativo combatido pelo medo, pois enxergava tudo acinzentado e difuso, além de um a dor que assemelhava-se a grãos de areia raspando uma superfície de cristal. Ganhou uma amostra de um colírio,  Zypred, a ser aplicado de três em três horas e logo estava de volta a sua casa para um período de retiro visual.


                                           ***

Em frente ao espelho o seu olho esquerdo fez uma minuciosa inspeção em seu gêmeo abatido. Não o reconheceu de imediato tamanho a vermelhidão e a dificuldade dele de se manter aberto. A luminosidade aparentemente o incomodava. Por sua vez, ainda que tímido, o direito tentava retribuir a mesura. Esforçava-se, embora não o enxergasse em meio a bruma espessa, intransponível. Esta obstrução involuntária o entristecia e o fazia temer pelo futuro próximo. Sentia-se fragilizado, embora seu igual demonstrasse compaixão e solidariedade muda. Companheiros inseparáveis, amigos verdadeiros, reconhecia  agradecido, a presença mais forte de seu irmão, sempre a supri-lo nas tarefas mais banais e no contínuo auxílio para a composição mais real da imagem a ser transmitida ao seu condutor. Um trabalho em equipe com neurônios profissionais, que na prática compensava a falta da profundidade da visão em duas dimensões. Seu irmão gêmeo transmitia a ele força e determinação. Sempre fora o mais frágil dos dois e durante anos era o que apresentava maior dificuldade nos exercícios ortóticos semanais. Mas na situação atual estava completamente subjugado e dependente do seu par mais saudável. Daqui para frente teria que redobrar os seus esforços para não sobrecarregá-lo em demasia. Com nova disposição interiorizou esta meta com firmeza. Piscou como um sorriso.

Fernando apagou as luzes dando por encerrada a cena fraterna.  Ainda perplexo sentou-se em sua poltrona de frente ao janelão de sua sala. Lá fora o sol a caminho do seu ápice diário dava forma e volume à paisagem urbana, acentuando linhas e cores. O céu muito azul recebia nuvens brancas aconchegantes proporcionando uma sensação de amplidão e profundidade. Um bonito quadro emoldurado pelo frio e geométrico alumínio das portas corrediças. Colocou os seus fones de ouvido. Schiff interpretava a última sonata de Schubert, sua predileta. Ao concentrar-se nas notas do piano que desfilavam em sua cabeça, gradativamente os gêmeos cessaram o seu diálogo visual.

6 Comments:

At 5:28 PM, Anonymous Anônimo said...

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At 11:21 AM, Anonymous Anônimo said...

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