sábado, março 31, 2012

A Visita Cruel do Tempo !



Escrito pela norte-americana Jennifer Egan, vencedora do Pulitzer de Ficção e do National Book Critics Circle Award de 2011, "A Visita Cruel do Tempo" (A Visit From The Goon Squad) exibe o seu virtuosismo literário através de histórias curtas, independentes como contos, que poderiam sobreviver autonomamente, sempre narradas por um diferente personagem em épocas distintas dentro de um período de vinte anos, dos anos 70 de San Francisco a New York mais recente. O mais interessante é que as narrativas apresentam perspectivas minimalistas que aos poucos se entrelaçam e revelam detalhes de um panorama maior, como em um caleidoscópio. O título em português pouco ajuda e esconde uma técnica de escrita apurada costurando as vidas de Bennie Salazar, Sasha e outros personagens cativantes. Um livro acima de qualquer expectativa !

A autora escreveu os seguintes romances, que já estão em minha wishlist:
- Emerald City (short story collection) (1993, UK; released in US in 1996)
- The Invisible Circus (novel) (1995)
- Look at Me (novel) (2001)
- The Keep (novel) (2006)
- A Visit From the Goon Squad (novel) (2010)


"I wanted to avoid centrality. I wanted polyphony. I wanted a lateral feeling, not a forward feeling. My ground rules were: every piece has to be very different, from a different point of view. I actually tried to break that rule later; if you make a rule then you also should break it!"

"I don’t experience time as linear. I experience it in layers that seem to coexist…One thing that facilitates that kind of time travel is music, which is why I think music ended up being such an important part of the book. Also, I was reading Proust. He tries, very successfully in some ways, to capture the sense of time passing, the quality of consciousness, and the ways to get around linearity, which is the weird scourge of writing prose."

terça-feira, março 27, 2012

Nihonjin



Oscar Nakasato, vencedor do 1o. Prêmio Benvirá de Literatura, com uma narrativa direta e interessante sobre o imigrante japonês, Hideo Inabata, e a sua jornada através da lavoura de café das fazendas do interior paulista, passando pela 2a. grande guerra e chegando aos nossos dias. As diferenças culturais, dificuldades com a língua e costumes locais, saudades da terra natal, a reafirmação de valores e a forçada adaptação ao país que o acolheu, tornam a leitura um vislumbre da imigração e do pensamento japonês.

Segundo o autor, embora lance mãos de lembranças familiares, o livro não é autobiográfico. Antes de ser lançado pela Saraiva, foi recusado pelas doze principais editoras do país, entre elas a Cia. das Letras e Record. É Professor da Universidade Tecnologia Federal do Paraná, em Apucarana, leciona Língua Portuguesa e Literatura para o Ensino Médio e Produção de Texto e Comunicação Linguística, nos cursos superiores de Engenharia, Tecnologia e Licenciatura.

Recomendo !

domingo, março 25, 2012

Gratidão

Além das belas imagens, realmente impressionantes, o texto, delicado e cativante, de Louie Schwartzberg sobre a Gratidão com a narração de uma criança sobre as descobertas e de um idoso sobre os presentes que recebemos diariamente e não temos olhos, ouvidos e sentimentos para perceber, causam uma sensação boa de embevecimento. Faz a gente pensar e focar naquilo que realmente importa e não nas distrações do dia a dia.

segunda-feira, março 19, 2012

A Dama de Ferro



The Iron Lady, 2011

Cinebiografias de modo geral possuem um forte apelo, ainda mais se tratando de personagens que modificaram a nossa história de maneira tão contundente como é o caso de Margaret Thatcher. Sua importância, personalidade e alcance contém inúmeros predicados, embora contraditórios e longe de uma unanimidade estúpida. O filme foi além das minhas pobres expectativas, apesar da presença de Meryl Streep, sem dúvida, uma das grandes atrizes de todos os tempos. Surpreende pelo enfoque dado, uma visão particular, distorcida e retroativa de uma idosa que sofre de Alzheimer e que fez história com "H" maiúsculo enfrentando o machismo, Malvinas e sindicatos. Mais do que um simples veículo para fazer brilhar os dotes excepcionais da atriz, exibe de forma coerente, dentro da proposta da diretora Phyllida Lloyd, pinceladas mescladas da vida pública e privada. Não é um grande filme e será certamente esquecido, mas não deixa de ser interessante e enriquecedor. Além de uma aula de interpretação !